19 junho 2007

O amor só teme uma coisa: limites. O amor tem de ser infinito por essência, podar-lo de qualquer forma é quase um crime, de tal forma que nossa única forma de reparar tamanha ofensa é estendê-lo ad infinitum, pois só assim, o mundo mudará, e nossa amargura esvair-se-á.
O ciúme e o sentimento de posse que dele advém são as primeiras barreiras que encontraremos. Se bem dosado, o ciúme pode até ser um estímulo ao amor, mas, na maioria das vezes o ciúme é desmedido enquanto o amor é servido a parcas porções.
Atravessar essas barreiras não é uma tarefa em nada fácil, tem de haver todo um exercício de reeducação afetiva de nós mesmos. Não precisamos virar poligâmicos para tanto, basta apenas que nosso ciúme não nos leve a impedir os outros de amar, um amor inocente, inofensivo e construtivo, porém, nosso meio nos demonstra que as pessoas tendem a agredir, machucar e ofender a quem lhes confiou, e isso nos cria o ciúmes.
Nossos atos devem servir de exemplo, mostremo-nos dignos de confiança para assim, passar a confiar nos outros e deixar o amor fluir. Se esse passo, que nem de longe é um passo pequeno, for dado, encontraremos outra muralha à nossa frente: a inveja.
A convivência entre duas pessoas já é, per si, uma situação muito conturbada, cheia de problemas diários que têm de ser driblados. Mas às vezes ainda há aquela pessoa que, achando que o casal é o par mais romântico que ela já viu e, por achar que nunca terá aquilo, resolve destruir a cumplicidade dos dois, talvez na ilusão de substituir um deles, ou quem sabe só mesmo para não sentir seu cotovelo doer.
Poucos são os casais que descobrem essa influência malévola a tempo, e acabam por regredir ao início, problemas antigos voltam à tona como se nunca tivessem sido resolvidos, antigas discussões são reiniciadas e o ser invejoso muitas vezes acaba saindo ileso de todo o tiroteio.
Enfim, muitas são os limites que aparecem ao amor, principalmente ao amor de um casal. Diminuamos nossas barreiras, estendamos nossa compreensão às pessoas, conciliemos pois, como diria Belchior: "amar e mudar as coisas, me interessa mais".

11 junho 2007

Às vezes queria ter o dia inteiro só para poder acariciar tua nuca em meu peito, pra poder sentir tuas mãos pousadas em minha pele e simplesmente te ver. Tu tens uma jeito único de atrair meu olhar, qualquer amargura do dia esvai-se no teu sorriso ao me ver. Ah, o teu sorriso! Como uma pessoa consegue, com tão delicado gesto, ser o centro de tantos olhares?
É desumano a crueldade que tens ao me dizer que passarás uma semana longe de mim. Como ousas!? Como poderei suportar tua ausência, logo agora que preciso tanto do teu abraço? Mas vá! Afasta-te de mim! Dizes mais uma vez que não me queres ver por essa eternidade de sete dias. Tentarei manter a mente afastada de ti. Exaurirei todas as forças durante o dia na esperança de, ao desmaiar de sono, não ser assombrado por sonhos que me lembrarão da falta que tu me fazes.
Não, não chores por mim. Vá! Afasta-te de mim! Abandona-me! Sabes bem que estarei aqui, a esperar-te, e sei bem que é por isso que vais. Vais porque sabes que eu estarei aqui, ansioso por teu retorno. Sabes que não te abandonarei, pois já me "domesticaste", já sabes que sou teu servo, fiel somente a ti, somente a ti sou obediente e leal.
Mas, ao voltares, note em mim a falta que fizeste. Note a amargura da semana que passei sem ti. Reconheça o sono perdido por te ter tão longe. Não renegue a lealdade que a ti é dedicada. Por mais coisas que tenhas visto, por mais gente que tenhas conhecido. Fui eu, quem mais quis te ver. Fui eu quem mais quis te conhecer melhor.
E então? Quando voltas?