26 dezembro 2006

A liberdade é um conceito supervalorizado nos dias de hoje. Muitas vezes se absolotiza o que vem a ser liberdade e que devemos ser livres sempre e de todas as formas mas, às vezes, tudo que eu quero é uma prisão.

Quero que minha cela tenha música ao vivo, mais precisamente, quero que seja uma percussão, uma batida que se repete cerca de oitenta vezes por minuto. Quero ainda que minha cela seja embalada pelo suave movimento da respiração. Também sou muito exigente quanto à temperatura, minha cela tem de ter precisos 36,5ºC.

Nosso anseio por liberdade é tamanho, que muitas vezes não notamos que tudo que queremos é uma cela. Uma cela em que possamos dizer que é nossa, que só a nossa presença lá já possa superlotá-la e que nem por isso torná-la desconfortável.

Meu anseio por liberdade é gigantesco, não aceito ceder na quota que já adquiri e ainda luto por ampliar aquela parcela que ainda não possuo, mas tudo que eu posso querer é uma cela.

19 dezembro 2006

Cativar uma pessoa não é uma tarefa fácil, o que torna mais díficil esse processo é que cada pessoa é totalmente diferente da outra e cada pessoa tem um jeito próprio de se deixar cativar.

Há pessoas que são cativadas com presentes, outras já se deixam cativar pela beleza, mas há aquelas, que se prendem ao coração, ah! essas sim, valem a pena cativar, são pessoas que te querem bem com a mesma paixão com que a raposa gostava do pequeno princípe.

Ter seduzido alguém e tê-la cativado é um fardo que a pessoa tem de carregar, porque quando cativas alguém essa pessoa sente uma necessidade de si, necessidade essa criada pelo sedutor, que em seu processo de conquista, não se prepara para o período pós conquista, abandonando o seduzido.

E ao cativado sobra apenas a dor que o vazio porta. O vazio que o ser cativado deixa com sua saída é melancólico, é depressivo, é cruel, pois como diria a mesma raposa de antes: "quando cativas alguém torna-se eternamente responsável por essa pessoa", sendo um ato completamente vil deixar essa pessoa na abstinência.

Mas, dentre as formas de cativar as pessoas prefiro a do coração, essa sim, é eterna.

13 dezembro 2006

O impulso nos leva a fazer coisas que a razão abomina. Quantas e quantas vezes logo após fazermos algo percebemos que em sã racionalidade não faríamos aquilo.
Os mais perigosos desses atos acontecem quando nos precipitamos com o coração. Nos envolvemos demasiado rápido, nos apaixonamos, mas será que a dor não virá com o tempo? Coração burro!!! Será que ainda não aprendeu que as pessoas não sabem como cuidar de ti?
Mas será que meu coração estúpido ainda consegue confiar? Tantas e tantas vezes ele já apanhou, tantas e tantas vezes ele já se desiludiu. Seria estupidez dele ainda crer que pode acreditar em alguém? Ou será que ele começa a ser burro agora por começar a perder o romantismo que sempre o guiou?
Eu sei que amar sem sofrer não é amar, mas o amor não precisa ser feito só de dor. As vidas podem unir-se para criar um amor puro, perfeito, só de beleza e pureza, deixando esse sofrimento narrado a séculos pelos poetas de lado.
O amor passa, sobretudo, por uma questão de confiança. Uma confiança de que o outro não lhe magoará, de que teus segredos estarão seguros no cofre do outro, que essa pessoa estará ali para te proteger, te consolar, te animar, te incentivar, ou mesmo para fazer-nos abrir os olhos para coisas que não vemos em nossa própria cegueira.
Eu quero um coração burro como o meu.

06 dezembro 2006

Vejo pessoas que conseguem começar namoros em um simples estalar de dedos e fico a me perguntar: Como eles conseguem?

Um namoro exige um conquistar, um desejar, um sentir falta. Como eles conseguem fazer tudo isso em tão pouco tempo?

Não só por isso, um relacionamento demanda atenção, prescinde de um cuidado, da criação da saudade, do encantar. Mas como eles conseguem fazer isso?
Um namoro exige que nos dediquemos, que nos apaixonemos, que nos abdiquemos, que entendamos a angústia do poeta em ter de restringir seu martírio em um grupo de palavras, que nem as palavras dos poetas nos bastem para definir nosso entusiasmo. E fico a me perguntar: Como eles conseguem namorar sem isso?
Até a rotina do namoro é boa, passar todos os dias do mês à espera de uma data, uma data especial, aquele número no calendário em que se comemora o mês de namoro. Mas será que eles conseguem fazer isso?
Só sei que no final eu só me pergunto: Como eles conseguem fazer isso?

21 novembro 2006

Ficar sozinho não deveria ser tão ruim. Tenho mais tempo pra mim, posso dedicar-me a projetos esquecidos, estreito laços de amizades já quase perdidas, mas porque eu me sinto tão só?
Passo os dias fazendo coisas que planejava, mas que sempre adiava, estou quase sempre com algum amigo próximo, mas sempre que eu paro para pensar, me sinto só, sinto como se meus amigos não me fizessem companhia, que são estranhos que só ocupam um lugar ao meu lado, mas que, na verdade, estou abandonado.
Essa solidão aumenta no fim-de-semana, parece que o trabalho ajuda a esquecer, mas o domingo, maldito domingo, me faz pensar em como estou e como sou. Esse ciclo de sete dias me leva a refletir como ajo e como me engano. Mas ainda bem que existe a abençoada segunda-feira, que me fará esquecer de mim, me tomará pelo pulso aos problemas cotidianos fazendo-me esquecer do meu principal problema: a falta de um amor.
Mas a semana é boa comigo, me ilude com possíveis amores e eu mesmo faço com que esses amores me iludam, mas na verdade, o que eu quero realmente, é um amor pro meu fim-de-semana.

07 novembro 2006

Já não me reconheço. Diante das tempestades da paixão, o meu espírito é como um mar enfurecido. Se alguém pudesse surpreender a minha alma em tal situação, julgaria ver uma barca mergulhando a pique, no mar, como se, no seu terrível ímpeto, a sua rota marcasse o fundo do abismo. Não veria que, no cume do mastro, vigia um marinheiro. Forças impacientes, erguei-vos, ponde-vos em movimento; oh!, energias da paixão, ainda que o choque das vossas vagas conseguisse lançar a espuma até as nuvens, mesmo assim não seríeis capaz de vos erguer acima da minha cabeça; mantenho-me tranqüilo como o Rei das Falésias.
Diário de um sedutor
Sören Kierkegaard

31 outubro 2006

Estou um romântico sem musa, um amante sem suspiros, um paladino sem causa. Às vezes acho que não poderei mais amar, que já tive minha quota nessa vida, até que meu coração me surpreende, arrebatando meus pensamentos e meus olhares. Mas em momentos como esse, em que minha musa desaparece, sinto um vazio, sinto que não sou eu, que me transformo em um ser que não me agrada, um ser cético, cínico e hipócrita.
O romântico precisa de sua musa para poder guiar-se, sua musa é a fonte de seus atos, é a inspiração do seu dia. Da mesma forma que o amante sem seus suspiros, é um ser sem poesia, sem arte, sem amor, um paladino sem causa não passa de um nômade errante sem destino ou objetivo, um andarilho perdido no mundo, um ser em suspensão à espera de algo que o faça retornar à sua realidade.
Sem essa "causa", o paladino fica mais vulnerável à corrupção do meio que o cerca e o tenta, não sendo difícil a sua queda, a perda da sua pureza ideológica e da sua firmeza moral. É nesse momento em que o paladino deve decidir em continuar seguindo sua trilha, ou se abdica de alguns pontos de sua ideologia para seguir um novo caminho diverso dos seus posicionamentos anteriores, uma trilha antes considerada impura e corrupta.
Eu quero uma musa, um suspiro ou uma causa.

20 outubro 2006

Quero sempre poder compreender que coisas levam as pessoas a adotar um comportamento em vez de outro. Não porque mudarei meu agir ou o meu pensar, nem porque poderei me previnir de ataques ou de ações injustas.
Mas somente por um espírito invencível que eu chamo de curiosidade.
Na sua forma mais pura.

09 outubro 2006

Te lembras do nosso primeiro encontro? Um dia em que chegaste toda reservada, tímida, mas depois mostraste a tua verdadeira personalidade, essa menina meiga, carinhosa, inteligente e descontraída.
Mas, apesar de tudo, não podia gostar de ti, minha mente recusava tal possibilidade, como Werther eu sofri, mas não por um impedimento teu, mas por um meu. Livrei-me das minhas amarras, mas foste tu quem levantou um muro entre nós, pacientemente esperei, e na minha espera consegui cavar um fosso que mantinha-me num angustiante isolamento. Esse cerco que eu mesmo me fiz impediu-te de aproximar-se.
Mas, mesmo que eu aterre esse fosso que nos divide, será que serei o paladino de armadura brilhante que te escoltará pelas perigosas estradas que a vida nos conduz? Será que aceitarás meu escudo e minha espada para proteger-te? Ou serei eu derrotado pelo pior de todos os dragões que já enfrentei (o dragão da rejeição)?

05 outubro 2006

Não importa se são palavras novas ou se são meros clichês, o que precisamos é de palavras que despenquem em nossos corações, fazendo-nos conhecer, ou relembrar, o que é o amor. Normalmente as músicas narram de romances e amores muito poetizados, coisas quase surreais em um mundo que prega o prazer a todo momento e a multiplicidade de amores e paixões, mas os amores modernos não são os mesmos que os cantados no século XIX, não, naquela época primeiro se conhecia bem a personalidade e as idéias da pessoa antes do romance, hoje já se conhece primeiro o físico para depois perguntar o nome, e com sorte, possa até se apaixonar.

Mas será o amor tão importante assim? As pessoas normalmente não amam, enganam-se amar, preferem crer que estão apaixonadas a acreditar que não conseguiriam cativar um espírito humano. O amor é um vício, mas não se engane achando que me refiro ao vício assim definido por Aristóteles, que tornaria o amor como uma coisa a ser expurgada, não, prefiro o conceito de vício de Santo Agostinho, que define vício todo hábito que você não consegue controlar. Dessa forma, o amor pertuba, o amor corrói, o amor constrói um sentimento que marca. Quem já amou sabe do que eu falo, essa marca te acompanha pela vida inteira, te serve de base com a qual compararás todos os outros relacionamentos na esperança de que, algum dia, ele possa ser superado. Mas isso é difícil, porque, com o tempo, passamos a não acreditar mais no amor, passamos a achar que o Homem está por demais corrompido, passamos a nos ver corrompidos demais para amar, quando na verdade nós realmente não queremos mais amar, nós nos conformamos com o que já tivemos e já aceitamos que não mais amaremos, crendo na lenda de que só existe uma alma gêmea e que essa já nos foi desperdiçada.

O que precisamos é de palavras que despenquem em nossos corações, fazendo-nos conhecer, ou relembrar, o que é o amor, não importando se são construções novas ou meros clichês.

24 setembro 2006

Sei que um dia não mais existirei, por isso devemos nos jogar, por isso devemos ser como o relâmpago e como o vento, sentir-nos vivos a cada arrepio.
Desapareceste? Creio que sim, porque sabias, sabias que eu era eu, não desdenhes aquele que mais te ama. O espírito se enamora, a carne reclama outra carne, é suave experimentá-la mas o amor é um vortex, um redemoinho, talvez por isso ela nunca mais volte.
Sim minha cara, feche os olhos que te levarei pra outro lugar. Apenas moveste um braço e há mais de uma hora te sinto respirar a um centímetro de mim. Verdade!

Ficamos a nos perguntar o porquê, e nos entrelaçando queremos saber mais.Somos de vidro.E sentir-nos livre é apenas um desejo de pele e de carne. Devemos nos organizar, devemos entre tantas promessas e promessas mas escrever já é um desejo pela metade. Escrevo e acontecerá, te beijarei novamente, serás trilhos e locomotiva que me guiarão dentro de ti, serei a caneta que te escreverá na pele tudo que te farei.

17 setembro 2006


Minha cidade, uma cidade única, situada ao norte do Brasil, erguida sobre passado, marcada pelo futuro.
Uma ilha formada por uma porção de gente cercada de beleza por todos os lados, seja por esse crepúsculo divino, seja pela poesia que se encontra em cada esquina, em cada mente, em cada azulejo.
Sou mais um dos apaixonados pela ilha do amor.

08 setembro 2006

Em um relacionamento sempre há aquele que ama e aquele que se deixa amar. Haverá sempre aquele que acha que o seu amor é suficiente para manter uma relação e aquele que ilude o primeiro fazendo-o crer no seu pseudoamor.
Amar é uma tarefa ingrata que precisa ser observada com calma e cuidado. Muitas pessoas enganam-se sobre o amor, nunca amaram, e já desistiram, por achar que ele não existe. Muitos adolecentes confundem sua iniciação na vida amorosa com o amor, desiludem-se por seu parceiro não corresponder às canções dos bardos que foram eternizadas pelos séculos e desistem do amor sem nunca tê-lo provado.
E quando vem uma pessoa que ama e sabe amar, elas não acreditam, preparam-se para serem magoadas, machucadas, feridas, traídas, não conseguem aceitar o amor e o sufocam, fazendo-o agonizar no coração do apaixonado.
E quando esse amor finalmente morre, ninguém sabe explicar o que ocorreu para que um casal tão romântico e apaixonado pudesse ter se separado, mas o que ninguém percebe também, são pequenas coisas, uma falta de atenção, uma idéia não compreendida, um dia mal-humorado, um carinho rejeitado, enfim, qualquer pequena mágoa, se muito repetida pode vir a destroçar esse amor no peito de quem ama.
E se num relacionamento o que ama já apagou a chama que arde sem queimar, então ele não poderá mais durar muito, as pessoas ainda se enganam, recordam-se ao passado, prendem-se aos filhos, mas no fim, a convivência torna-se insuportável. E quando isso se torna um hábito, ocorre em um namoro, em um noivado, ou em um casamento, com um amigo, com um familiar, ou até com um colega de trabalho, essa repetição torna as pessoas cínicas, e passam a não mais acreditar no amor.
Mas eu! Eu acredito em Papai Noel, em coelinho da Páscoa e no amor. Acredito piamente que mesmo com essas desilusões podemos amar, acredito que devemos nos permitir ser amados, acredito que não devemos ser hipócritas com o amor, e utilizá-lo só para uma conquista, para depois não mais senti-lo. Não, o amor deve ser cultivado, deve ser levado a sério, deve ser amado.
Por isso, escolhamos quem queremos ser: aquele que ama, ou aquele que se deixa amar.

05 setembro 2006

Observo que hoje em dia já é um tanto antiquado ser romântico. Não se busca mais o romantismo, o que se quer hoje é uma pessoa que nos dê atenção, que esteja ali para nos escutar, para nos aconselhar e, de vez em quando, para nos acalentar a carência.
O romantismo já está quase sepultado. Uns poucos ainda mantém esse seu lado vivo, mas a cada dia esse número se reduz em decorrência do que já se espera de um relacionamento. A todo momento se exige uma postura mais carpe diem, mais liberta de sentimentos, mais alheia ao romantismo.
Mas há quem diga que o romantismo não está morrendo, só se adaptando. O romântico do século XXI já fica (com poucas mulheres é verdade, mas fica), já não tem mais aquele sofrimento por amor, já defende que o sentimento é diverso da carne, que suas necessidades emocionais são diversas das suas necessidades físicas, e acha isso natural!!!
Permito-me discordar dos modernos. Vejo o beijo como um ato muito íntimo onde duas pessoas se compartilham com um gesto simplório mas repleto de uma cumplicidade singular. Vejo o amor como o sentimento que deve guiar a vida, que deve servir de base para nossos atos e nossos pensamentos. Vejo o dia como o período de tempo que me permite amar e ser amado. Vejo a vida como o palheiro em que passamos anos a procurar nosso amor.
O romantismo existe em nós, cabe somente a nós provar que ele não é uma coisa restrita a eras remotas muito menos uma mera fantasia juvenil que perderemos com o tempo. O romance está em nós e só em nós pode persistir.

28 agosto 2006

Mesmo estando em paz com nossa mente e conosco, sempre há alguém para tirar-nos a paz. Apesar de estarmos nos relacionando com uma outra pessoa, ainda há quem venha pertubar-nos a mente e o telefone. Inicialmente não nos incomodamos com isso, insistimos que pare, mas, e se o tempo mostrar-nos que a persistência traz frutos?
O que fazer com esses pensamentos inquietantes que ainda nos remetem a um breve passado que insiste em não sumir? É fraqueza não conseguir controlar meus devaneios? Posso me permitir trair em pensamentos?
Não, não posso aceitar que outra povoe minha mente, não consigo crer que meu coração esteja ligado a outra, não pretendo ser ator dos sonhos dela. Mas uma série de clichês, repletos de desculpas pré-fabricadas me empurram a esse caminho torpe que eu não pretendo seguir. Não pretendo ou não pretendia? Já nem sei mais.
Entretanto, o tempo me dirá, se posso domar meu coração, ou se serei domado por ele.

22 agosto 2006

Só Deus sabe quantas vezes mergulho no sono com a esperança de nunca mais despertar; e, pela manhã, quando arregalo os olhos e torno a ver o sol, sinto-me profundamente infeliz. Oh! Se eu pudesse mudar de humor, entregar-me ao tempo, a isto ou aquilo, ao insucesso de uma iniciativa qualquer, ao menos o fardo dos meus aborrecimentos não pesaria tanto. Que desgraçado que sou! Sinto-me perfeitamente o único culpado... Não, não sou culpado, mas é em mim que está a fonte de todos os meus males, como outrora a fonte de toda a minha felicidade. Não serei mais o homem que então nadava num mar de rosas, e a cada passo via surgir um paraíso, e cujo amor era capaz de abranger o mundo inteiro? Mas o coração que assim pulsava está morto, não produz mais os arrebatamentos de outros tempos; meus olhos, agora secos, não refrescam mais de lágrimas benfazejas, e a angústia abafa os meus sentidos, contrai e enruga a minha fronte. Aumenta o meu sofrimento verificar que perdi aquilo que fazia o encanto da minha vida: sagrada e tumultuosa força graças à qual podia criar mundos e mundos em torno de mim. Essa força não mais existe! Quando contemplo, da minha janela, o sol matutino rasgar a bruma sobre a colina distante, iluminando a campina silenciosa no fundo do vale, e vejo o riacho tranqüilo correndo para mim e serpenteando entre os salgueiros desfolhados, essa natureza me parece fria e inanimada como uma estampa colorida. Todos esses encantos não me podem fazer subir do coração ao cerébro a menor sensação de felicidade, e todo o meu ser permanece perante Deus como uma fonte estancada, como uma ânfora vazia! Quantas vezes caio de joelhos sobre a terra, implorando de Deus algumas lágrimas, como um semeador implora a chuva, se sobre a sua cabeça o céu de bronze e, em torno, a terra estala de sede.
Mas, ai de mim, não é a impetuosidadedas nossas preces que fará com que Deus conceda a chuva e o sol. E os tempos, de que sinto uma torturante saudade, só eram felizes porque pacientemente eu me confiava ao seu espírito e recebia de todo o coração, com um vivo reconhecimento, as delícias que ele derramava sobre mim.
Os sofrimentos do jovem Werther
Goeth

06 agosto 2006

Acreditava eu, poder mandar no amor. Acreditava que podíamos fazer escolhas lógicas e racionais para decidir de quem gostaríamos, quem amaríamos, quem escolheríamos para estar sempre conosco. E sempre tinha sido assim.
Mas ultimamente, a escolha mais óbvia não é mais aquela que me aparece no teto quando deito para não pensar em nada. A escolha racional não pertuba minha tranqüilidade naquela inquietação para narrar a última novidade do dia.
Minha logicidade foi abalada por algo que nem sei o que pode vir a ser, insisto em crer que passará, que basta eu dar tempo ao tempo que esses pensamentos sairão da minha mente, que eu poderei controlar meus sentimentos novamente, que um dia me livrarei dessa prisão psicológica que teima em tentar tirar meus alicerces.
Mas... não sei. Tudo é muito novo pra mim. É um mundo que ainda não conheço e que temo explorar.
Acreditava eu, poder mandar no amor.

01 agosto 2006

Para os que não conhecem, o paladino é um cavaleiro lendário, um campeão, um defensor da justiça e da nobreza. Isso pode parecer demodê ou até mesmo fantasioso, aos que pensarem assim, peço que me perdoem por ser antiquado.
O paladino moderno é aquele sujeito que se vê cercado por uma série de tentações e posturas que a sociedade já tem por normal, mas que ele por qualquer ideal de pureza que seja, não consegue aceitar e resiste, normalmente sozinho, em sua luta por um mundo mais correto.
O paladino moderno é aquele sujeito de mente forte e ideologias bem definidas, que anonimamente segue sua vida, tentando aperfeiçoar a sociedade servindo de modelo através de suas ações.
Mas pessoalmente, não pretendo ser modelo para ninguém, nem ter a audácia de dizer meu modo de ser é superior ao de qualquer pessoa. Tentarei apenas mostrar o quão difícil é ser um paladino hoje, e se possível, encontrar outros paladinos, que como eu, já pensaram em sujeitar-se a esse mundo corrompido por estar cansado de batalhar sozinho.