05 setembro 2006

Observo que hoje em dia já é um tanto antiquado ser romântico. Não se busca mais o romantismo, o que se quer hoje é uma pessoa que nos dê atenção, que esteja ali para nos escutar, para nos aconselhar e, de vez em quando, para nos acalentar a carência.
O romantismo já está quase sepultado. Uns poucos ainda mantém esse seu lado vivo, mas a cada dia esse número se reduz em decorrência do que já se espera de um relacionamento. A todo momento se exige uma postura mais carpe diem, mais liberta de sentimentos, mais alheia ao romantismo.
Mas há quem diga que o romantismo não está morrendo, só se adaptando. O romântico do século XXI já fica (com poucas mulheres é verdade, mas fica), já não tem mais aquele sofrimento por amor, já defende que o sentimento é diverso da carne, que suas necessidades emocionais são diversas das suas necessidades físicas, e acha isso natural!!!
Permito-me discordar dos modernos. Vejo o beijo como um ato muito íntimo onde duas pessoas se compartilham com um gesto simplório mas repleto de uma cumplicidade singular. Vejo o amor como o sentimento que deve guiar a vida, que deve servir de base para nossos atos e nossos pensamentos. Vejo o dia como o período de tempo que me permite amar e ser amado. Vejo a vida como o palheiro em que passamos anos a procurar nosso amor.
O romantismo existe em nós, cabe somente a nós provar que ele não é uma coisa restrita a eras remotas muito menos uma mera fantasia juvenil que perderemos com o tempo. O romance está em nós e só em nós pode persistir.

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