24 setembro 2006

Sei que um dia não mais existirei, por isso devemos nos jogar, por isso devemos ser como o relâmpago e como o vento, sentir-nos vivos a cada arrepio.
Desapareceste? Creio que sim, porque sabias, sabias que eu era eu, não desdenhes aquele que mais te ama. O espírito se enamora, a carne reclama outra carne, é suave experimentá-la mas o amor é um vortex, um redemoinho, talvez por isso ela nunca mais volte.
Sim minha cara, feche os olhos que te levarei pra outro lugar. Apenas moveste um braço e há mais de uma hora te sinto respirar a um centímetro de mim. Verdade!

Ficamos a nos perguntar o porquê, e nos entrelaçando queremos saber mais.Somos de vidro.E sentir-nos livre é apenas um desejo de pele e de carne. Devemos nos organizar, devemos entre tantas promessas e promessas mas escrever já é um desejo pela metade. Escrevo e acontecerá, te beijarei novamente, serás trilhos e locomotiva que me guiarão dentro de ti, serei a caneta que te escreverá na pele tudo que te farei.

17 setembro 2006


Minha cidade, uma cidade única, situada ao norte do Brasil, erguida sobre passado, marcada pelo futuro.
Uma ilha formada por uma porção de gente cercada de beleza por todos os lados, seja por esse crepúsculo divino, seja pela poesia que se encontra em cada esquina, em cada mente, em cada azulejo.
Sou mais um dos apaixonados pela ilha do amor.

08 setembro 2006

Em um relacionamento sempre há aquele que ama e aquele que se deixa amar. Haverá sempre aquele que acha que o seu amor é suficiente para manter uma relação e aquele que ilude o primeiro fazendo-o crer no seu pseudoamor.
Amar é uma tarefa ingrata que precisa ser observada com calma e cuidado. Muitas pessoas enganam-se sobre o amor, nunca amaram, e já desistiram, por achar que ele não existe. Muitos adolecentes confundem sua iniciação na vida amorosa com o amor, desiludem-se por seu parceiro não corresponder às canções dos bardos que foram eternizadas pelos séculos e desistem do amor sem nunca tê-lo provado.
E quando vem uma pessoa que ama e sabe amar, elas não acreditam, preparam-se para serem magoadas, machucadas, feridas, traídas, não conseguem aceitar o amor e o sufocam, fazendo-o agonizar no coração do apaixonado.
E quando esse amor finalmente morre, ninguém sabe explicar o que ocorreu para que um casal tão romântico e apaixonado pudesse ter se separado, mas o que ninguém percebe também, são pequenas coisas, uma falta de atenção, uma idéia não compreendida, um dia mal-humorado, um carinho rejeitado, enfim, qualquer pequena mágoa, se muito repetida pode vir a destroçar esse amor no peito de quem ama.
E se num relacionamento o que ama já apagou a chama que arde sem queimar, então ele não poderá mais durar muito, as pessoas ainda se enganam, recordam-se ao passado, prendem-se aos filhos, mas no fim, a convivência torna-se insuportável. E quando isso se torna um hábito, ocorre em um namoro, em um noivado, ou em um casamento, com um amigo, com um familiar, ou até com um colega de trabalho, essa repetição torna as pessoas cínicas, e passam a não mais acreditar no amor.
Mas eu! Eu acredito em Papai Noel, em coelinho da Páscoa e no amor. Acredito piamente que mesmo com essas desilusões podemos amar, acredito que devemos nos permitir ser amados, acredito que não devemos ser hipócritas com o amor, e utilizá-lo só para uma conquista, para depois não mais senti-lo. Não, o amor deve ser cultivado, deve ser levado a sério, deve ser amado.
Por isso, escolhamos quem queremos ser: aquele que ama, ou aquele que se deixa amar.

05 setembro 2006

Observo que hoje em dia já é um tanto antiquado ser romântico. Não se busca mais o romantismo, o que se quer hoje é uma pessoa que nos dê atenção, que esteja ali para nos escutar, para nos aconselhar e, de vez em quando, para nos acalentar a carência.
O romantismo já está quase sepultado. Uns poucos ainda mantém esse seu lado vivo, mas a cada dia esse número se reduz em decorrência do que já se espera de um relacionamento. A todo momento se exige uma postura mais carpe diem, mais liberta de sentimentos, mais alheia ao romantismo.
Mas há quem diga que o romantismo não está morrendo, só se adaptando. O romântico do século XXI já fica (com poucas mulheres é verdade, mas fica), já não tem mais aquele sofrimento por amor, já defende que o sentimento é diverso da carne, que suas necessidades emocionais são diversas das suas necessidades físicas, e acha isso natural!!!
Permito-me discordar dos modernos. Vejo o beijo como um ato muito íntimo onde duas pessoas se compartilham com um gesto simplório mas repleto de uma cumplicidade singular. Vejo o amor como o sentimento que deve guiar a vida, que deve servir de base para nossos atos e nossos pensamentos. Vejo o dia como o período de tempo que me permite amar e ser amado. Vejo a vida como o palheiro em que passamos anos a procurar nosso amor.
O romantismo existe em nós, cabe somente a nós provar que ele não é uma coisa restrita a eras remotas muito menos uma mera fantasia juvenil que perderemos com o tempo. O romance está em nós e só em nós pode persistir.