30 maio 2007

Queria tocar teu rosto, sentir o perfume do teu pescoço, saborear os teus lábios, apreciar a tela dos teus olhos e ouvir a serenidade das tuas palavras. Mas infelizmente, estou aqui, ocupado, sem tempo para ver-te, sonhando acordado querendo apenas acordar e poder te ver ao meu lado.
Mas apenas posso sonhar, demoraremos a nos ver, tardará até que eu possa te sentir, minha memória não é tão boa, às vezes falha e sinto a necessidade de estar sempre te olhando, para não esquecer nenhum detalhe em meus sonhos.
Que belo rosto tens! Como é delicado. É uma verdadeira escultura feita pelos deuses que vêm a gerações trabalhando em tua família para sair em ti, sua obra-prima. Tanta perfeição confia a mim um sorriso. Que privilegiado sou! Recebi um presente dos deuses para cuidar, mas também recai em mim tamanha responsabilidade, já que tenho em mãos uma obra divina, que terei de manter e preservar, a quem não posso machucar.
Mas tamanha beleza e delicadeza me são tão caros, e juntos fazem meu maior tesouro. Não preciso de mais nada no mundo. Como uma sereia me enfeitiçaste e eu, como teu marinheiro enfeitiçado, chocaria meu barco contra as rochas só na esperança de poder chegar aos teus braços.

23 maio 2007


Não te acanhes em chamar por mim, sabes que eu virei sempre que me chamares, tudo o mais é irrelevante, só tu, e apenas tu me importa. Nessa nossa vida em que temos de conviver com os mais diferentes tipos de pessoas e problemas eu só preciso saber que te terei pra poder aliviar minha mente, pra me tirar da tensão, pra me fazer lembrar de quem eu sou e o que eu quero.
Na verdade não és tu quem me chamas, mas eu que clamo por ti. Não imaginas como meu coração fica leve quando queres me ver. Não tens idéia de como é bom ver teu sorriso, de sentir teu abraço. Em minhas febres nunca tive remédio melhor que teu colo, que também sempre foi o maior estímulo que eu tinha para continuar doente.
Tu, meu anjo, não sabes do bem que me fazes, mesmo porque, eu tento não deixar transparecer. Besteira minha, eu sei, mas temo que perca o interesse por mim se eu for totalmente sincero. Mas esse mistério que faço não me agrada, quero gritar, te abraçar, te beijar e te fazer saber o quanto me fazes bem.
Durmo todo dia na lembrança do beijo ganho e acordo querendo mais e mais, dizendo que é só meu o teu amor e o teu beijo. Teu abraço de uma delicadeza singular, tem o dom de afastar minha mente do mundo, de me fazer concentrar só em ti. Como és egoísta!
Mas cá estou, imerso em lembranças, na esperança que não tardem a tornar a ser realidade, à espera do teu telefonema, dizendo que quer me ver, que não pode viver sem mim, que quer me abraçar, me beijar, me revelar um segredo, enfim, que me quer junto a ti. E eu, discreta e misteriosamente, vou para atender aos teus anseios, sem revelar, no entanto, que são meus anseios também, que é minha vontade de te ver, de te abraçar, de te beijar, de não viver sem ti.

16 maio 2007

A sinceridade é a base de qualquer relacionamento saudável. Mesmo que essa sinceridade não seja total, em alguns pontos a cumplicidade entre as pessoas tem de ser vital.
Nós, como seres sociais que somos, sentimos uma necessidade visceral de sermos próximos, de ter com quem compartilhar nossos fardos de poder achar quem seja nosso par, ou quem nos admire e, por que não, nos idolatre.
Isso nos faz criar vínculos, aproximar-nos das pessoas, baixar a defesa pessoal que erguemos para nos proteger da vilania da sociedade como um todo. Mas mesmo assim, nós não abominamos a sociedade, só criamos a nossa pequena sociedade. Uma sociedade em menor proporção que a que vivemos, uma sociedade que podemos controlar, um sociedade que podemos escolher. Nossos amigos somos nós que escolhemos, nós não nos relacionamos com qualquer um, escolhemos aqueles que nos fazem sentir parte de um grupo, e o pior é que queremos fazer parte de um grupo, queremos ser aceitos.
E então, quando sentimos confiança o suficiente nessa pequena sociedade, é quando contamos nossos segredos mais obscuros, sem medo de repreensões, ou de sermos mal interpretados. Mas o problema vem quando essa confiança é testada e é traída. "Ah, maldita hora em que confiei nele"; "bem que me disseram que o único ser digno de confiança era o meu peixinho dourado, ele me escuta com paciência e nunca revelará meus segredos".
Mas o que posso fazer? Meu peixinho não pode me oferecer um ombro pra desabafar, não me aconselhará, nem me ajudará a superar minhas angústias. Apesar de ser arriscado, ainda prefiro acreditar que o ser humano pode ser digno da minha confiança e que, quando eu cair, terão aqueles que estarão ali no chão comigo, pois cairam junto comigo, ou estarão lá, me protegendo para que eu possa reeerguer-me.

03 maio 2007

Tempo, Tempo... Por que és tão cruel comigo? Causei-te alguma injúria? Por que, então, não atende meus apelos? Faça o tempo passar mais rápido, por favor, não me deixe nessa angústia esperando pelo retorno dela, acalente minha mente e deixe-me provar mais uma vez o sonífero que só encontro nos lábios dela, o odor que só há em seus cabelos, o calor que só há em seu colo.
Ah, Tempo, és cruel assim porque nunca amaste, pois se já tivesses amado alguma vez na vida saberias bem o que passo e não me deixaria assim. Tempo, seja meu amigo, não me deixe aqui a encará-lo nesse jogo infantil de quem cederá primeiro, sabes bem que não sou um adversário à tua altura, não te serei nenhum desafio.
Quer saber, não vou mais te dar atenção! Ignorar-te-ei! Ficarás sozinho, vendo as horas passar, farei outra coisa, quem sabe assim tu finalmente atenderá meus apelos e fará com que elas passem mais rápido. Abandonar-te-ei, caro Tempo, fique aí sozinho enquanto me entretenho com amigos, filmes e livros. Eu que fui o único a me dispor a fazer-te companhia e tu a recusaste como que por mero capricho. Se assim queres, assim fique, sozinho, imerso em tua amargura.
Enquanto isso eu, em meio a amigos, ficarei sozinho, imerso na minha amargura, fazendo um último apelo a ti, Tempo, para que faça as horas passarem mais depressa, para que eu volte a vê-la.