16 maio 2007

A sinceridade é a base de qualquer relacionamento saudável. Mesmo que essa sinceridade não seja total, em alguns pontos a cumplicidade entre as pessoas tem de ser vital.
Nós, como seres sociais que somos, sentimos uma necessidade visceral de sermos próximos, de ter com quem compartilhar nossos fardos de poder achar quem seja nosso par, ou quem nos admire e, por que não, nos idolatre.
Isso nos faz criar vínculos, aproximar-nos das pessoas, baixar a defesa pessoal que erguemos para nos proteger da vilania da sociedade como um todo. Mas mesmo assim, nós não abominamos a sociedade, só criamos a nossa pequena sociedade. Uma sociedade em menor proporção que a que vivemos, uma sociedade que podemos controlar, um sociedade que podemos escolher. Nossos amigos somos nós que escolhemos, nós não nos relacionamos com qualquer um, escolhemos aqueles que nos fazem sentir parte de um grupo, e o pior é que queremos fazer parte de um grupo, queremos ser aceitos.
E então, quando sentimos confiança o suficiente nessa pequena sociedade, é quando contamos nossos segredos mais obscuros, sem medo de repreensões, ou de sermos mal interpretados. Mas o problema vem quando essa confiança é testada e é traída. "Ah, maldita hora em que confiei nele"; "bem que me disseram que o único ser digno de confiança era o meu peixinho dourado, ele me escuta com paciência e nunca revelará meus segredos".
Mas o que posso fazer? Meu peixinho não pode me oferecer um ombro pra desabafar, não me aconselhará, nem me ajudará a superar minhas angústias. Apesar de ser arriscado, ainda prefiro acreditar que o ser humano pode ser digno da minha confiança e que, quando eu cair, terão aqueles que estarão ali no chão comigo, pois cairam junto comigo, ou estarão lá, me protegendo para que eu possa reeerguer-me.

Um comentário:

YLogrado disse...

acho que só quem discorda de vc seja nelson rodriguez e nietzsche. sêneca fala que sem riscos naum há vida. texto bacana. abco.