03 maio 2007

Tempo, Tempo... Por que és tão cruel comigo? Causei-te alguma injúria? Por que, então, não atende meus apelos? Faça o tempo passar mais rápido, por favor, não me deixe nessa angústia esperando pelo retorno dela, acalente minha mente e deixe-me provar mais uma vez o sonífero que só encontro nos lábios dela, o odor que só há em seus cabelos, o calor que só há em seu colo.
Ah, Tempo, és cruel assim porque nunca amaste, pois se já tivesses amado alguma vez na vida saberias bem o que passo e não me deixaria assim. Tempo, seja meu amigo, não me deixe aqui a encará-lo nesse jogo infantil de quem cederá primeiro, sabes bem que não sou um adversário à tua altura, não te serei nenhum desafio.
Quer saber, não vou mais te dar atenção! Ignorar-te-ei! Ficarás sozinho, vendo as horas passar, farei outra coisa, quem sabe assim tu finalmente atenderá meus apelos e fará com que elas passem mais rápido. Abandonar-te-ei, caro Tempo, fique aí sozinho enquanto me entretenho com amigos, filmes e livros. Eu que fui o único a me dispor a fazer-te companhia e tu a recusaste como que por mero capricho. Se assim queres, assim fique, sozinho, imerso em tua amargura.
Enquanto isso eu, em meio a amigos, ficarei sozinho, imerso na minha amargura, fazendo um último apelo a ti, Tempo, para que faça as horas passarem mais depressa, para que eu volte a vê-la.

Um comentário:

CORDÉLIA disse...

Amor, e agora? O tempo já te deu uma trégua?