31 outubro 2006

Estou um romântico sem musa, um amante sem suspiros, um paladino sem causa. Às vezes acho que não poderei mais amar, que já tive minha quota nessa vida, até que meu coração me surpreende, arrebatando meus pensamentos e meus olhares. Mas em momentos como esse, em que minha musa desaparece, sinto um vazio, sinto que não sou eu, que me transformo em um ser que não me agrada, um ser cético, cínico e hipócrita.
O romântico precisa de sua musa para poder guiar-se, sua musa é a fonte de seus atos, é a inspiração do seu dia. Da mesma forma que o amante sem seus suspiros, é um ser sem poesia, sem arte, sem amor, um paladino sem causa não passa de um nômade errante sem destino ou objetivo, um andarilho perdido no mundo, um ser em suspensão à espera de algo que o faça retornar à sua realidade.
Sem essa "causa", o paladino fica mais vulnerável à corrupção do meio que o cerca e o tenta, não sendo difícil a sua queda, a perda da sua pureza ideológica e da sua firmeza moral. É nesse momento em que o paladino deve decidir em continuar seguindo sua trilha, ou se abdica de alguns pontos de sua ideologia para seguir um novo caminho diverso dos seus posicionamentos anteriores, uma trilha antes considerada impura e corrupta.
Eu quero uma musa, um suspiro ou uma causa.

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