05 outubro 2006

Não importa se são palavras novas ou se são meros clichês, o que precisamos é de palavras que despenquem em nossos corações, fazendo-nos conhecer, ou relembrar, o que é o amor. Normalmente as músicas narram de romances e amores muito poetizados, coisas quase surreais em um mundo que prega o prazer a todo momento e a multiplicidade de amores e paixões, mas os amores modernos não são os mesmos que os cantados no século XIX, não, naquela época primeiro se conhecia bem a personalidade e as idéias da pessoa antes do romance, hoje já se conhece primeiro o físico para depois perguntar o nome, e com sorte, possa até se apaixonar.

Mas será o amor tão importante assim? As pessoas normalmente não amam, enganam-se amar, preferem crer que estão apaixonadas a acreditar que não conseguiriam cativar um espírito humano. O amor é um vício, mas não se engane achando que me refiro ao vício assim definido por Aristóteles, que tornaria o amor como uma coisa a ser expurgada, não, prefiro o conceito de vício de Santo Agostinho, que define vício todo hábito que você não consegue controlar. Dessa forma, o amor pertuba, o amor corrói, o amor constrói um sentimento que marca. Quem já amou sabe do que eu falo, essa marca te acompanha pela vida inteira, te serve de base com a qual compararás todos os outros relacionamentos na esperança de que, algum dia, ele possa ser superado. Mas isso é difícil, porque, com o tempo, passamos a não acreditar mais no amor, passamos a achar que o Homem está por demais corrompido, passamos a nos ver corrompidos demais para amar, quando na verdade nós realmente não queremos mais amar, nós nos conformamos com o que já tivemos e já aceitamos que não mais amaremos, crendo na lenda de que só existe uma alma gêmea e que essa já nos foi desperdiçada.

O que precisamos é de palavras que despenquem em nossos corações, fazendo-nos conhecer, ou relembrar, o que é o amor, não importando se são construções novas ou meros clichês.

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