14 agosto 2007

Os amores em nossas vidas são como matrioscas (aquelas bonequinhas russas onde cada uma contém uma boneca menor dentro de si) de modo que passamos a vida amando, querendo apenas saber se o amor presente é aquela bonequinha preciosa que está guardada no meio.
Cada boneca conta uma história, cada boneca ensina algo e a cada momento estamos mais refinados, mais desenvolvidos e ao mesmo tempo menores, mais insignificantes ante à consciência de que o amor não se encontra em nossas mãos, que nós não somos tão grandes nem tão independentes quanto imaginávamos.
A cada amor que experimentamos na vida, uma boneca é adicionada ao conjunto. De tal modo que, quando chegarmos à última boneca, uma verdadeira obra de arte será revelada. Entretanto, não é sempre que não notamos que já chegamos à última boneca e, com um olhar desinteressado, deixamos de lado a matriosca por achá-la sem graça. Mas a última boneca ficará lá, sozinha, na proteção de suas iguais, esperando que a curiosidade retorne e que, finalmente, lhe seja dada a devida admiração.
A matriosca é interessante pois, conforme avançamos nas bonecas descobrimos que há várias pessoas que nos envolvem, que estão ali nos protegendo. Isso fica de tal forma interessante que nem notamos isso, ficamos como bebês no útero materno, achando que sempre foi daquele jeito e que sempre será assim.
Mas haverá aquela pessoa que nos retirará desse aconchego, nos levando para a luz do mundo, nos fazendo experimentar a vida.
E essa pessoa que me descobrirá no final de sua matriosca, me revelará pequeno porém precioso.

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